terça-feira, 26 de outubro de 2010

HISTÓRIA II: Purus Ferro-Carril






Purus Ferro-Carril









Por: José Arnoudo Nunes.


Vagonete Apurinã – Rua Iaco


Sena Madureira, plantada no centro da selva, a milhares de quilômetros dos grandes centros, possuia uma linha de bondes à traça animal.
O dentista Passos Galvão, diretor do jornal Alto Purus foi o realizador do empreendimento, pomposamente denominado de Purus Ferro-Carril, aproveitando trilhos e vagonetes ingleses importados e comprados pelo Departamento do Alto Purus, para uma pequena linha férrea, material que se encontrava sem utilização.
A linha foi construída em duas etapas: O primeiro trecho, entre o Bosque Municipal e a praça 25 de setembro, foi inaugurado, a 16 de agosto de 1914, na data do aniversario do prefeito Samuel Barreira.
Às nove horas da manhã, no Marçal, ponto mais tarde famoso pelas cajuadas ali vendidas, estava parado o bonde n° 1, quando os festejos foram iniciados, sendo servida uma taça de champagne, com os discursos de praxe. O bonde seguiu o seu curso levando as autoridades até no Bosque, onde todos desceram para a inauguração de um quiosque. Na volta, repleto de crianças, o veiculo foi aplaudido ao longo do seu trajeto, pela Avenida Amazonas, por populares aglomerados ao longo da linha.
O novo transporte funcionaria das 6 da manha até as 19 horas, pelo preço de 300 reis a passagem, sendo que as crianças do grupo escolar e da aula de trabalhos manuais pagariam apenas 100 reis.
A 8 de setembro de 1914, entrou em funcionamento o segundo trecho, entre a Praça de 25 de setembro e a rua Caieté, passando toda a linha a ter 2.050 metros de extensão. Essa segunda seção seria percorrida, pelo bonde n° 2. Inaugurado o segundo trecho, a passagem completa passou a custar 300 reis e a seção 200 reis. O ponto final do Bosque ficou famoso pelo quiosque de Luis Fonseca, onde se vendia um ótimo açaí com  farinha de tapioca .


A Purus Ferro-Carril funcionaria por vários anos, ate que a crise da borracha e a estagnação econômica fizessem os seus trilhos desaparecerem, tragados pelo mato e pelo abandono.
O estabelecimento deste conforto especial de que foi dotada um dia a cidade de Sena Madureira.

Vagonete Uianamarís  - Av Amazonas

Vagonete Aruaque – Rua Macapá

Vagonete Cassianãs – Rua Purus

Fonte: Acervo Histórico Coreográfico de Sena Madureira.

www.SenaMadureira.blogspot.com
djalmaortizns@hotmail.com



2 comentários:

  1. Parabéns pelo trabalho. O blog é show! O resgate da memória, da História, é o resgate da identidade do nosso povo. Muito bom!

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  2. Muito Legal! Sena Madureira precisa ser conhecida. Esse material fotográfico é muito legal. Agora amigos me digam, o que é Acervo coreográfico?
    Na verdade é materia postada é de jornais de 1908 a 1910.

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